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Apesar de o assunto ainda causar estranheza e ser tratado como tabu, a cirurgia íntima é muito realizada no Brasil. No país, 21 mil mulheres se submeteram ao procedimento em 2017, segundo levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS).

Os dados apontam que o Brasil é líder mundial no procedimento, também chamado de ninfoplastia. Mas enganam-se os que pensam que a plástica na região íntima objetiva apenas a correção estética. “Alguns distúrbios podem provocar desconforto na relação sexual e, em casos mais raros, dificuldade de higienização da região, o que acaba provocando acúmulo de secreções e urina, levando a infecções constantes, como a candidíase”, aponta a cirurgiã plástica Cíntia Mundin, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

A médica afirma que, com a técnica, é possível corrigir queixas como pequenos lábios aumentados; grandes lábios hipotrofiados (murchos) ou hipertrofiados (cheios); monte de vênus volumoso; perda de pelos pubianos; reparação da deformidade nos lábios vaginais pós-parto ou por traumas. “Por se tratar de um assunto muito íntimo e pouco discutido, ainda encarado como um tabu, algumas mulheres não sabem que com a ninfoplastia é possível melhorar, amenizar ou até mesmo corrigir problemas que causam tanto incômodo a ponto de causar danos psicológicos”, esclarece Cíntia Mundin.
 
Segundo a ISAPS, a redução dos pequenos lábios vaginais é o procedimento mais procurado no Brasil. “Algumas mulheres têm os pequenos lábios muito grandes e sentem dor durante a relação sexual. Além disso, ficam constrangidas em vestir roupas justas, biquínis e maiôs. Com a técnica ninfoplastia – também conhecida como labioplastia –, retira-se o excesso de pele de um ou ambos os lados. Não é necessário curativo e não fica cicatriz aparente, nem provoca perda da sensibilidade local”, assegura Mundin.
 
Outra situação que interfere na autoestima é quando os grandes lábios se apresentam hipotrofiados (murchos) ou hipertrofiados (cheios). “O primeiro caso é mais comum em mulheres idosas. A correção é feita com o enxerto de gordura da própria paciente, restaurando o volume dos grandes lábios e recuperando a anatomia da região. No segundo caso, é realizada uma lipoaspiração com cânula fina para reduzir a espessura dos grandes lábios. A lipoaspiração também é usada para a correção do monte de vênus volumoso, região acima do púbis, que pode acometer até pessoas magras”, explica a cirurgiã plástica.
 
A perda de pelos pubianos é mais comum em mulheres idosas ou após a cesariana e pode ser reparada com implante de pelos da próprio paciente ou correção da cicatriz pré-existente. Já a cirurgia de reparação da deformidade nos lábios vaginais pós-parto ou por traumas pode ser corrigida com técnica semelhante à labioplastia.

A idade interfere na cirurgia?
Cíntia Mundin esclarece que após dois anos da menarca (primeira menstruação) as mulheres já podem recorrer à cirurgia íntima, mas somente após uma avaliação cuidadosa do cirurgião plástico. “O mais importante é que a mulher se sinta à vontade para conversar com o seu médico que irá avaliar se ela é ou não uma candidata a esse tipo de operação”, orienta a cirurgiã.
 
O procedimento dura em torno de uma hora, não causa dor ou desconforto, e a alta hospitalar ocorre no mesmo dia, com recuperação plena em algumas semanas. “É recomendável repouso de três dias e sem relações sexuais durante um mês. Pode-se retornar às atividades normais após o período de recuperação”, afirma Mundin.

fonte: Portal UAI, com informações do Estado de Minas