Com a força que as redes sociais têm ganhado nos últimos anos e o surgimento dos filtros no aplicativo do Instagram, tem se tornado cada vez mais comum, pacientes buscarem em consultas por cirurgias faciais que deixem seus rostos semelhantes ao modelo do filtro, mostrando fotos editadas de celebridades famosas, ou cirurgias corporais com base em imagens completamente manipuladas. Trazer referências para o cirurgião plástico analisar é extremamente normal, mas é importante ter em mente que nem sempre as características de outros rostos irão harmonizar com o seu próprio, ou acreditar que os resultados serão extremamente idênticos, pois existem diversas variáveis nesse processo, e vale lembrar que cada formato de rosto, pele e traços, mesmo que manipulados - são únicos.
Segundo informações do site B9.com.br foi realizada uma pesquisa interna, feita pelo próprio Facebook, onde aponta que o Instagram afeta negativamente a percepção do público jovem sobre o próprio corpo. Os resultados indicam que o Instagram tem um efeito devastador no público adolescente feminino, com uma a cada três jovens desenvolvendo problemas com a própria imagem devido à exposição constante de imagens de corpos idealizados no aplicativo.
Qual a relação da cirurgia plástica com tudo isso?
O Brasil foi o país onde mais se fez cirurgias plásticas estéticas em 2019, segundo dados mais recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, em inglês). Divulgada em 9 de dezembro de 2020, a pesquisa global da entidade aponta que, naquele ano, foram quase 1,5 milhão de procedimentos cirúrgicos no país. É o equivalente a 13,1% do total realizado em todo o mundo. As cirurgias mais realizadas neste ano, foram:
Lipoaspiração (15,5%)
Aumento de mama (14,1%)
Abdominoplastia (10,4%)
Seguidas por cirurgia de pálpebra (9,7%) e aumento de nádegas (7,7%).
Quando um paciente decide realizar uma cirurgia plástica, é importante que essa decisão seja tomada de forma responsável, com as expectativas condizentes com a realidade e com a consciência de que os resultados podem trazer benefícios para a qualidade de vida e para a autoestima. No entanto, dependendo do caso do paciente, essa falta de autoestima nem sempre está relacionada somente à aparência, é importante entender o nível de descontentamento com a própria imagem, para que a cirurgia realmente atinja as suas expectativas.
Desde que a cirurgia plástica surgiu na humanidade, tem como objetivo harmonizar as características próprias do paciente, e por isso, muitas pessoas costumam associar a cirurgia plástica somente à estética, o que não está totalmente errado. Contudo, a cirurgia plástica abrange muito mais do que isso, são procedimentos que acima de tudo devem priorizar a saúde, bem-estar físico e mental do paciente.
Em paralelo a tudo isso, hoje vivemos cercados de diversos padrões de beleza expostos nas redes sociais, que acabam gerando expectativas exageradas em relação aos procedimentos cirúrgicos, e isso pode afetar diretamente a saúde mental de alguns pacientes.
Por essas insatisfações com a própria imagem, as pessoas podem e devem sim considerar intervenções cirúrgicas, se acharem necessário para melhorar a sua autoestima. Mas os procedimentos devem prezar em primeiro lugar, a saúde e segurança do paciente. A cirurgia plástica de fato pode mudar a vida de uma pessoa, mas é importante que ela cultive esse amor próprio e respeito pelo seu corpo, antes de qualquer coisa, para que o processo da cirurgia plástica seja algo saudável e prazeroso, sem gerar frustrações na espera de resultados não condizentes com a realidade.
Cuidando do corpo e da mente
Se você é uma pessoa que muitas vezes fica se comparando em excesso com outras pessoas, comparando seu rosto, corpo e beleza, é importante se atentar! Você pode estar se auto sabotando, e isso pode afetar negativamente a sua saúde mental.
Assim como você vai ao dentista para cuidar de seus dentes, e ao médico para cuidar da saúde do seu corpo, você também precisa cuidar da saúde da sua mente.
Além da importância de buscar a ajuda profissional, você pode adotar hábitos e comportamentos que poderão te ajudar a se blindar de frustrações internas com a própria aparência, e assim, cultivar uma relação saudável consigo mesmo, para quando você decida realizar um procedimento estético, seja por você e para você, e não por pressões externas ou por fixar uma autoimagem negativa. ⠀
Melhorando a sua saúde mental
Priorize a sua qualidade de vida. Não é nenhuma novidade que exercícios físicos liberam o hormônio da endorfina no corpo, gerando uma sensação de prazer, bem-estar, e contentamento de uma forma geral. Mesmo que você opte por realizar uma cirurgia plástica, por exemplo, a mudança de rotina para manter os resultados do procedimento, farão parte das recomendações médicas. Por isso, você já pode começar se habituando a estas mudanças.
Caso tenha dificuldades no começo, busque uma prática que você realmente goste, isso tornará a atividade muito mais prazerosa. E é claro, a prática de atividades físicas relacionadas a uma boa alimentação é extremamente importante para manter uma vida saudável e equilibrada.
Valorize a sua beleza e tente esquecer os padrões impostos pela sociedade o tempo todo. Se afaste de pessoas negativas, que só admiram a beleza externa de outras pessoas e sempre valorizam o padrão estético existente hoje, alguns comentários de pessoas assim, podem minar o seu processo de melhoria da autoestima.
E lembre-se de que não há problema algum recorrer a procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, porém você precisa entender as suas limitações e características próprias, para desenvolver a aceitação e não sair em busca de resultados “milagrosos”. Afinal, a realização de uma cirurgia plástica requer planejamento e não pode acontecer de uma hora para outra. Seguindo essas recomendações, a chance de você realizar uma cirurgia plástica de forma responsável e desenvolver hábitos mais saudáveis, e ter uma mudança de vida significativa, são bem grandes.
Fonte: G1.globo.com