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Sentir-se mais bonita e atraente é o sonho de muitas mulheres. Por isso é cada vez maior a demanda por procedimentos estéticos de mamoplastia.  Quando pensamos em cirurgia nos seios, a primeira coisa que vem a mente são as próteses de silicone, mas as possibilidades oferecidas pela cirurgia plástica vão muito mais além. A mamoplastia abarca vários tipos de intervenções que podem fazer transformações nas mamas.

O cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Frederico Vasconcelos, revela que este tipo de cirurgia é um dos mais procurados na clínica onde ele atua na região Centro Sul de Belo Horizonte. Há 15 anos na área, ele já realizou mais de 4 mil mamoplastias.

Dr. Frederico Vasconcelos explica os diferentes tipos de mamoplastia, a relação com a autoestima e esclarece algumas das dúvidas mais comuns entre as pacientes.

1.Quais são os principais tipos de mamoplastia e qual a indicação de cada um deles?
Frederico Vasconcelos: A mamoplastia de aumento é a colocação da prótese, com o mínimo de corte, e se destina a pacientes com flacidez baixa ou sem, e que tenham a auréola bem posicionada. Já pacientes com pouca mama e flacidez podem fazer a mastopexia, que é a retirada do excesso de pele, associada à mamoplastia de aumento na qual é feito o implante de prótese. Há também a mastopexia sem prótese, indicado para mulheres satisfeitas com o volume da mama, mas que desejam fazer o reposicionamento e dar um novo formato. Neste caso, uma das opções é fazer o estreitamento da base da mama e reposicionar o seu polo superior. Temos ainda a mamoplastia redutora com mastopexia, que é a redução da mama onde se aproveita o tecido mamário, fazendo um rearranjo desse material e eliminando o excedente. Nesta cirurgia não se deve usar prótese, pois o resultado pode ser ruim.

2.Além de estético, a mamoplastia também cumpre o papel de reparação? Ajuda a melhorar algum aspecto da saúde?
Frederico Vasconcelos: Não se pode dizer que uma mamoplastia é apenas estética. Ela também é reparadora. Vou exemplificar. Uma das situações que a gente encontra no consultório, por exemplo, são mulheres com uma flacidez que pode gerar aumento do volume da mama, sendo necessária uma correção. Outra situação, mulheres com seios muito volumosos. Este grande volume dos seios pode estar associado à dermatite, fungos debaixo das mamas, e até a dores na coluna. Tudo isso que citei pode gerar insatisfação, incômodo e muitas vezes até desencadear depressão em algumas pessoas. Daí fazemos a mamoplastia para reparar estes problemas. E vamos além.  Essa reconstrução do corpo afeta tanto fisicamente quanto no aspecto psicossocial. Assim, a função reparadora corrige estes problemas físicos que incomodam o paciente, e também faz reparações no aspecto  psicossocial, fazendo com que a paciente se sinta melhor.

3.Por estar relacionada a autoestima, o médico deve levar em consideração algum aspecto emocional da paciente ao realizar a cirurgia? Quais os cuidados?
Frederico Vasconcelos: É sempre importante levar o aspecto emocional em consideração, lembrando que a gente sempre deve ajustar as expectativas com a realidade. Às vezes as pessoas têm muitas expectativas que não condizem com a realidade do procedimento que ela pode fazer. Para mim, é fundamental buscar a satisfação das pacientes, entender o que ela quer.

É gratificante ver a forma com que elas chegam e a forma com que elas saem do consultório. Algumas chegam tristes, com uma autoimagem negativa. Após o procedimento estético elas ficam mais realizadas. Na consulta de retorno, muitas vem mais maquiadas, com looks mais produzidos e principalmente, mais sorridentes. É a revelação de uma outra mulher que estava escondida. Esse resgate é o que mais me motiva a atuar como cirurgião plástico.

4.A prótese é um dos procedimentos mais procurados nas clínicas, mas há muitos mitos. Alguns acreditam que podem romper afetar a amamentação e até mesmo levar a perda da sensibilidade da mama. O que é verdade e o que é mentira dentre esses mitos?
Frederico Vasconcelos: As próteses oferecidas são altamente seguras, hoje as rupturas são muito raras. Só há rompimento em casos extremos, como casos de trauma local ou até mesmo envelhecimento natural. Mas mesmo que haja ruptura, não há perigo algum à saúde, pois o gel da prótese não vaza e nem se espalha pelo corpo, ele permanece concentrado. A questão da ruptura é facilmente corrigida com a troca da prótese.

As próteses oferecidas no mercado atualmente são produzidas com material de alta qualidade e tem garantia de 10 anos. Mas devido a qualidade, elas podem ser trocadas com 15, 20 anos, vai depender da necessidade de cada paciente.        

Outra grande dúvida é em relação à amamentação. A prótese não compromete a lactação e nem prejudica a qualidade do leite materno, nem mesmo quando se rompe. Porém, procedimentos de mamoplastia mastopexia que é a elevação das mamas com a retirada de pele, ou mamoplastia redutora, podem afetar a lactação e também a sensibilidade da mama, que tendem a ser normalizadas com o tempo. Vale lembrar que alguns fatores podem variar, vai depender de cada pessoa.

fonte: Terra